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Goma Gringa Discos

THIAGO FRANÇA : SPACE CHARANGA "R.A.N." • gglp-006

AVISE-ME QUANDO DISPONÍVEL:


Gravado em apenas um dia, R.A.N. - rhythm and noise - é o primeiro álbum da Space Charanga, grupo liderado pelo saxofonista Thiago França. O projeto é um alter-ego jazzístico da carnavalesca Espetacular Charanga do França.

A Charanga do França esta então aqui apresentada em uma versão mais livre, guiada pelo improviso, com arranjos mais soltos e temas obscuros. Com fortes influências do jazz dos anos 60, o sexteto tem composições bem marcantes e a sonoridade de ícones como Sun Ra, Ornette Coleman e John Coltrane, além dos sotaques e batuques brasileiros, inspirados na obra de Moacir Santos, Maestro José Prates e cantos de rituais afro-brasileiros.

OUÇA

A CAPA E O DISCO

• Edição Limitada de 300 cópias.
• A capa é o nosso modelo de capa França.
• Este modelo França foi desenvolvido especialmente para este disco e esta inspirado nas capas de Jazz na Europa nos anos 60, caracterizadas por ser laminadas somente na frente (laminação com reserva) e ter as abas coladas por cima da contra-capa.
• Impressa em 2 cores - preto e pantone dourado - o resultado é singular, assinatura gráfica Goma Gringa.

FICHA TÉCNICA

A1. NGOLOXI / R.A.N. (Thiago França)
A2. ABDU* (Thiago França)
A3. ENQUANTO FICAMOS SEM ÁGUA (Thiago França)
A4. FAKE CHÁ (Thiago França, Marcelo Cabral e Daniel Bozzio)

B1. CONTA (Thiago França)
B2. MOACÍRIA* (Thiago França)
B3. CERCA LOURENÇO (Thiago França)
B4. TÃO RÁPIDO QUANTO UMA PAIXÃO DE METRÔ (Thiago França)

com:
THIAGO FRANÇA: sax alto, tenor, flauta, pvsax e arranjos;
ANDERSON QUEVEDO: sax barítono e atabaque;
AMILCAR RODRIGUES: trompete e flughel;
ALLAN ABBADIA: trombone e percussão;
JULIANA PERDIGÃO*: clarone;
MARCELO CABRAL: baixo acústico, efeitos e percussão;
SERGIO MACHADO: bateria.

Gravado no dia 26/08/2014 por Rodrigo Funai no estúdio da RedBull Station - SP
Mixagem: Rodrigo Funai
Masterização: Felipe Tichauer
Projeto Gráfico e Produção Gráfica: Frederic Thiphagne
Arte capa: Jean-Pierre Sudre “Diamantine” 1964 ©Succession Sudre
Fotos contra-capa: Marcelo Guerreiro

DIAMANTINE e Jean Pierre Sudre

A arte da capa data de 1964 e é uma das imagens da série "Diamantine" por Jean-Pierre Sudre, artista fotógrafo francês, membro e presidente honorário do grupo "30x40" que reuniu fotógrafos como Robert Doisneau, Willy Ronis e Jean Dieuzaide. Ele realizou nos anos 60 uma profunda pesquisa técnica sobre as impressões fotográficas, usando materiais inusitadas, emulsões e sais raros.
Assim, a série "Diamantine" é o resultado de diversas cristalizações de produtos químicos sobre uma placa de vidro. Esta mesma placa é usada novamente como um negativo fotográfico e impresso no papel.
Esta apresentado abaixo, além de um retrato do artista, umas imagens da série:

SPACE IS THE PLACE por Ramiro Zwetsch

Não basta conhecer apenas um projeto de Thiago França para decifrar sua personalidade musical – ainda que o carro-chefe, a banda Metá Metá, sintetize um bocado da parada. Ele tocou nos discos e foi um músico de destaque na banda de palco do Criolo; integra o trio de jazz experimental Marginals; encabeça o Sambanzo, um balaio meio afro-brasuca, meio jazzístico; é o responsável pela pérola “Malagueta, Perus e Bacanaço” – discão de samba inspirado em conto de João Antônio que, segundo a precisa descrição do disqueiro Edson Carvalho (aka Sr. Johnson), deixa o ouvinte “com gosto de cachaça e ovo de botequim na boca” ao final da audição; sua carne é de carnaval como bem claro fica em A Espetacular Charanga do França, que incrementou o baile contrabandeando algumas cumbias autorais no seu repertório de marchinhas clássicas.

E o que mais? Space Charanga! “Space is the place”, assim falou Sun Ra na música-síntese de um movimento jazzístico de abertura total à psicodelia, ao caos, às influências do rock e do funk, ao afro-futurismo, etecetera e tal. O lema inspira Thiago neste projeto. Seu jeito de fazer jazz é bem brasileiro – não só no CEP, mas em toda estética. Moacir Santos é referência explícita na deslumbrante “Moacíria” e um certo telecoteco sanguíneo corre pelas veias do trabalho, desde o molejo das baquetas de Serginho Machado até o esquema de gafieira que guia alguns dos esmerados arranjos de metais. Anderson Quevedo (sax barítono), Amilcar Rodrigues (trompete e flughel) e Allan Abadia (trombone) completam o naipe. Marcelo Cabral é o baixista.

O caos guia o sexteto nesse trabalho, mas nem por isso falta coesão – o caos é a coesão. “Ngoloxi / R.A.N.” é uma composição em que os quatro sopros parecem trombar como morcegos desgovernados em um quarto escuro. Qualquer semelhança com as dinâmicas de “Ascension” (John Coltrane, 1966) não é mera coincidência – é inspiração mesmo. “Fakechá” transpira reggae. “Abdu” tem um sabor de jazz dos anos 70 da gravadora Blue Note – não por acaso, uma referência também do design do LP, mais um produto caprichadíssimo do selo Goma-Gringa. “Conta”, “Cerca Lourenço” e as vinhetas “Tão Rápido Quanto Uma Paixão de Metrô” e “Enquanto Ficamos Sem Água” arredondam o repertório deste disco, que já tem seu “space” na história do jazz brasileiro. Pode acreditar.